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O "comércio tradicional"​ é ainda um exemplo a seguir!


No artigo anterior, Lojas de Proximidade... o "regresso ao passado!", abordei a realidade do consumidor português que, gosta de conveniência, proximidade, mas sobretudo do atendimento personalizado e da empatia que se cria, são valores que se encontram frequentemente no comércio tradicional, onde os clientes se sentem encantados.

O comércio tradicional, é uma forma de compra e venda num ambiente de proximidade entre vendedor e cliente, a qual só se verifica em espaços de pequena e média dimensão, onde vamos e compramos através de uma base sólida de confiança, tanto na qualidade como na escolha selectiva dos produtos.

Com o aparecimento das grandes superfícies comerciais, nas décadas de oitenta e noventa, o comércio tradicional viu-se ameaçado face a essa concorrência desigual e passou por grandes dificuldades. Foram algumas as lojas que encerraram, principalmente nas duas principais cidades. A isto também está associado a degradação da habitação nos grandes centros urbanos que, originaram a desertificação para as periferias, onde se situam grande parte das grandes superfícies. Porém, o crescimento do turismo em Lisboa e Porto, veio ajudar a alterar novamente o paradigma, ambas as cidades estão a ser reabilitadas/habitadas e a oferta a crescer. Atenta a este fenómeno, a grande distribuição, teve de se (re)inventar e ajustar a sua oferta com a criação de novas insígnias e abertura de espaços mais pequenos. As "lojas de proximidade/conveniência", procuram oferecer aos seus clientes os mesmos "valores" do comércio tradicional.

As lojas de proximidade, conceito que remete para a proximidade para com o cliente, traduzida no conhecimento das suas necessidades e desejos, na relação próxima estabelecida entre as partes, extravasando a mera proximidade física, que não deve, no entanto, ser descurada. O fator distintivo a vincar é a noção mais abrangente de proximidade, privilegiando a mútua confiança, potenciada por um maior recurso a novas técnicas/tecnologias, perseguindo a rentabilidade do negócio e regenerando, também, a economia local.

Esta nova tendência do retalho, vem confirmar um comportamento típico do consumidor português que prefere as lojas físicas. Atualmente, o comércio tradicional “depende" completamente da relação que têm com os clientes. Também as lojas de proximidade, em zonas mais centrais, têm hoje uma ligação ao "bairro" e é essa conexão que faz com que as lojas se mantenham vivas. Assistimos à tendência para a criação de pequenos espaços que, apesar de terem uma gestão mais moderna e organizada, acabam muito por ter este espírito de "bairro" porque as pessoas que as lideram, em alguns casos os próprios donos, sabem de cor a importância destas relações para um negócio bem-sucedido.

A verdade é que o comércio tradicional constitui um património insubstituível na afirmação de muitas localidades do país e é parte integrante da memória das varias gerações. Não podemos esquecer que a maior parte das localidades se desenvolveram a partir das suas zonas comerciais, tal como está novamente a acontecer nos grandes centros urbanos, Lisboa e Porto respetivamente.

Continuo a acreditar que o comércio tradicional é o futuro. Mas, para isso, precisa de ser capaz de se inovar, de se reinventar, de se adaptar às exigências e às expectativas dos ‘novos’ consumidores. Felizmente, se há tradição no comércio tradicional é a da procura constante da novidade. Não é à toa que os clientes habituais das lojas do comércio tradicional perguntam tantas vezes pelas famigeradas ‘novidades’. Estão de facto, habituados a ser surpreendidos regularmente com novos produtos, novos serviços e novas formas de fazer comércio, porque estão fidelizados.

O Mercado do Bolhão (na foto), na cidade do Porto, é o grande expoente do comércio tradicional, para quem ama vender com tradição e paixão, é a "alma" das suas gentes. A proximidade ao público e o atendimento personalizado são as suas características únicas. Os consumidores vão reconhecendo, cada vez em maior número, as vantagens do comércio tradicional, da sua capacidade de oferta, da envolvente histórica e cultural, dos afectos, sentindo que ao comprar no comércio tradicional estão a contribuir para a sua própria riqueza, dos seus familiares e amigos, mantendo a tradição. Por isso, o comércio tradicional é ainda um exemplo a seguir!

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