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As novas tendências do retalho!...


Recentemente numa publicação minha, comentei, "Fala-se muito de como o retalho digital vai sobrepor-se ao físico. Acredito que, nenhum deles vai existir sem o outro."

Não foi ao acaso que o disse, pois é essa a minha convicção. O modelo de negócio no retalho está a mudar e os dados, tecnologia e experiência do consumidor são agora os três elementos centrais da estratégia de negócio.

Senão vejamos...

Comprar e consumir é intrínseco a todas as culturas. Na maioria das vezes, é o modo de ir ao encontro das necessidades básicas essenciais ao nosso quotidiano. Tal como pode ser um acontecimento de descoberta e diversão quando entramos numa grande superfície comercial. É assim que tem sido ao longo do ultimo século. Durante este período, o retalho evoluiu do tradicional, para lojas especializadas, grandes espaços comerciais, dirigidas por corporações globais. Ao longo deste percurso, o retalho tornou-se uma parte fundamental da economia mundial.

À medida que o retalho evolui, vai também afetando as pessoas. É possível constatar isto no passado, quando os retalhistas passaram de espaços comerciais nas cidades, para lojas especializadas em centros comerciais, alguns suburbanos e, depois, para grandes formatos (grande distribuição), onde oferecem uma vasta selecção de bens a preços promocionais.

Actualmente, encontramo-nos no meio da mudança mais profunda que o retalho passou. É possível ver alterações significativas na forma como os consumidores compram, onde e quando fazem compras. Estas mudanças vão, mais uma vez, alterar o panorama do retalho, à medida que os consumidores mudam, os retalhistas que não conseguem acompanhar a evolução, são forçados a fechar.

A maioria dos estudos sobre o retalho físico, realçam dados que apontam para uma percentagem de cerca de 80% de clientes que tomam a sua decisão de compra no ponto de venda. Atualmente, existem muitos clientes que iniciam a procura na Net mas, preferem comprar no espaço físico.

O ponto de venda físico continua a ser o local onde as marcas devem actuar com rigor e precisão, para garantir o retorno dos investimentos realizados. O retalho físico pode muito bem ser o catalisador para um maior número de vendas. O ‘must have’ passa por criar novas estratégias para a evolução deste sector de mercado, nomeadamente porque o online está a evoluir a passos largos e o retalho físico tem de se manter activo e aproveitar todas as sinergias para alavancar o negócio.

Se, por um lado, o online facilita a compra, porque além de ser mais cómodo é visualmente atractivo, por outro lado, os espaços comerciais físicos apresentam-se como uma montra em que se pode tocar, cheirar, experimentar a textura, etc…

As principais tendências do retalho e em particular na Europa, são a passagem para o e-commerce que está a tomar uma dimensão cada vez maior do mercado. Isso exige uma abordagem totalmente nova ao canal e à forma como ele é integrado nas operações de retalho. Os retalhistas também devem rever o portefólio de loja e como este pode ser operado daqui para frente. E também como podem tornar-se mais do que um showroom que inclui o online?...

Outra questão importante para grande parte dos retalhistas, está em compreender o "talento" que estes precisam "ter/reter" no negócio para estarem aptos para o futuro. A maior parte das Direções estão ainda concentradas nas áreas de lojas, operações e compra, quando as novas competências exigidas giram em torno de dados, tecnologia e experiência do cliente.

Abraçar a mudança e a inovação é sempre difícil para as empresas quando estas sempre estiveram focadas num único caminho. Mas eu diria que alguns dos maiores retalhistas começam já a colocar a inovação no centro dos seus negócios, a investir em novas tecnologias e a assumir riscos como nunca fizeram anteriormente.

Muito se fala que a culpa do retalho físico estar a decrescer é do online, mas não é bem assim. O online tem ainda que se apurar para competir com as lojas físicas bem preparadas com anos e anos de experiência no mercado.

Assim, termino tal como iniciei, acreditando que nenhum deles - retalho fisico e digital - vai existir sem o outro.

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