O verdadeiro, o bom e o útil... do "feedback"!
Creio que a maioria de nós, na comunicação, partilha e no feedback, ainda opta por criar atalhos. Saber comunicar, mas sobretudo, saber filtrar o essencial na transmissão de uma mensagem, é tudo o que se pede a um líder na partilha de informação. Nós somos o que fazemos e o que partilhamos. No nosso dia-a-dia, seja dentro de uma empresa ou na nossa vida pessoal, partilhar conhecimento e obter feedback, é essencial para a evolução pessoal e profissional de qualquer pessoa.
Infelizmente, muitas organizações ainda não acordaram para o fato de que, grande parte do saber organizacional faz parte do conhecimento subjectivo que, reside na mente dos seus colaboradores, por isso é necessário promover a partilha, a comunicação e o feedback. Um dos desafios que algumas empresas ainda enfrentam, é a criação de uma cultura que proporcione a partilha de conhecimento que, procure estimular a aprendizagem contínua dos colaboradores, valorizando o que sabem e estes, manifestarem disposição para passar aos outros aquilo que aprenderam, criando um canal cíclico de transferencia do saber.
Partilhar conhecimento nas organizações, está relacionado com a gestão do conhecimento e sua difusão torna-se cada vez mais imprescindível, pois não adianta dispor de conhecimentos se não é partilhado. Uma organização só é beneficiada quando o conhecimento é difundido, transferido, partilhado e alavancado, ou seja, quando existem canais de rede de comunicação dentro da organização que facilitam a troca de informações e experiências.
"Saber e não partilhar, nunca te fará sábio. by Lenny Agostinho"
Outra das grandes lacunas da comunicação corporativa, está na falta de feedback. Quantos de vocês não o reclamam?
Estas duas palavras, "responder" e "obrigado", estão desde muito cedo bem presentes na educação de qualquer criança. Estou ciente que ouviram dos vossos pais/avós - após receberem uma prenda - as seguintes palavras, "como se diz...", esta pequena mensagem, ensina-nos a "responder" e a "agradecer". Educar é ao mesmo tempo, um ato de partilhar o nosso saber.
Este saber que aprendi na minha infância, transportei-o para a minha atividade profissional. Pratico um principio que é, "não faço aos outros o que eu não quero que seja feito a mim". Por isso, seja na vida pessoal ou profissional, dou sempre "feedback". Quantas vezes, organizo parte do meu tempo para responder a emails/mensagens, porque a pessoa que está do outro lado merece consideração e respeito, mesmo que o assunto não seja relevante para mim, ou simplesmente, tenha de dar uma resposta negativa, eu dou.
O "feedback" deve ser encarado como um meio para atingir um fim específico e é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal/profissional, além de ser importante, é útil. Em particular para os gestores, visto ser uma excelente ferramenta para moldar comportamentos e estimular a aprendizagem com vista a melhorar o seu desempenho. Porém, com tantos aspectos positivos, como podem muitos gestores "dar-se mal" com esta ferramenta? A resposta é simples: porque detestam dar "feedback" e porque acham que é uma ferramenta de comunicação pouco eficaz.
Pratique o feedback com honestidade, em vez de o utilizar de forma passiva (invisível) e/ou conformista. Tente colocar-se no lado oposto, e agora pense, gostaria que lhe fizessem o mesmo?!
Para finalizar, deixo-vos com esta pequena história, sobre O VERDADEIRO, O BOM E O ÚTIL...
"Na antiga Grécia, Sócrates foi famoso pela sua sabedoria e pelo grande respeito que tinha pelo seu semelhante.
Um dia, um conhecido do grande filósofo aproximou-se dele e disse:
– “Sócrates, sabes o que eu acabei de ouvir acerca daquele teu amigo?”
– “Espera um minuto,” - respondeu Sócrates - “antes que me digas alguma coisa, gostaria de te fazer um teste. Chama-se o “Teste do Filtro Triplo.”
– “Filtro Triplo?”
– “Sim,” - continuou Sócrates - “antes que me fales do meu amigo talvez fosse uma boa ideia parar um momento e filtrar aquilo que vais dizer. Por isso é que eu lhe chamei o "Filtro Triplo.”
E continuou: “O primeiro filtro é a VERDADE”. Tens a certeza absoluta de que aquilo que me vais dizer é perfeitamente verdadeiro?
– “Não,” - disse o homem - “o que acontece é que eu ouvi dizer que…”
– “Então,” - disse Sócrates – “ não sabes se é verdade. Passemos ao segundo filtro, que é BONDADE. O que me vais dizer sobre o meu amigo é BOM?”
– “Não, muito pelo contrário…”
– “Então,” - continuou Sócrates - “queres dizer-me algo mau sobre ele e ainda por cima nem sabes se é ou não verdadeiro. Mas, pode ser que ainda passes o terceiro filtro. O último filtro é UTILIDADE. O que me vais dizer sobre o meu amigo será útil para mim?”
– “Não, acho que não…”
– “Bem, se o que me dirás não é nem bom, nem útil e muito menos verdadeiro, para quê dizer-me?” - Concluiu Sócrates."
Em suma esta história ensina-nos que devemos, COMUNICAR a "verdade", PARTILHAR o que é "bom" e ao dar-mos FEEDBACK somos "úteis"para alguém.